Domingo, de Cida Falabella, ocorre na casa da atriz/performadora, no Bairro Serrano, em Belo Horizonte. Porém, pelo menos para mim, a experiência já havia se iniciado antes. Pois uma coisa é deslocar-se em direção a um espaço destinado às artes, outra é ir ao espaço encontrado. No caso, aquele em que uma pessoa habita. Principalmente porque a casa – a morada – não foi esvaziada da ocupação cotidiana, e então transformada pela ocupação artística. Pelas informações anteriores, sabia que adentraria no espaço real de uma vida. Mas o que isso significa?
A cena se inicia com os convidados – pois esse tipo de cena é antes de tudo um convite – dispostos no jardim e quintal da casa, quando a atriz/performadora está de pé, próxima à parede do fundo, num gesto de entrega. E ali, daquele lugar, vocalizando um texto poético e introdutório, ela abre o encontro.