O que esperamos de cada ato poético, se não isso: refazer os caminhos do sentido e dos sentidos? O Cara Preta, espetáculo da Maldita Cia de Investigação Teatral (Belo Horizonte), obra em processo que realiza uma pesquisa de encenação e dramaturgia em interação com a concretude dos espaços, reinventa o teatro ao fazer teatro. Não falo de um teatro-modelo. E não há nenhum exagero nessa afirmação. Cada obra é singular no modo como resolve o embate das forças que atuam sobre ela.
Há uma impregnação do sentido em O Cara Preta. Sim, o sentido no lugar da significação. Essa impregnância ocorre em todos os elementos da encenação. O que é isso?